SÉRIE VOCAÇÕES - Parte 2 por Frater Tomás Maria, sjs

2.1 – Vocação Matrimonial


Fazendo uso da sua liberdade e conhecendo a própria liberdade do Deus que chama, o ser – humano, assim como pode escolher entre a Bênção e Maldição, fazer a Vontade de Deus ou em não fazê-la, entre pecar e não pecar, e assim por diante, pode ou por ignorância ou por rejeição escolher o que fazer da sua vida. Mas falando em vocação específica que, é aquela que o Cristão no processo de amadurecimento e discernimento vocacional, vai ouvindo de Deus o convite em Segui-lo (nos diversos estados de vida que falaremos mais adiante) ele pode escolher entre muitos o matrimônio.
Pela narração bíblica, se seguíssemos a cronologia dos fatos narrados, perceberíamos que a primeira vocação apresentada por Deus ao homem como meio de santificação é o da união conjugal, ou seja, o matrimônio no seu estado mais primitivo. Sabemos pelo livro de Gn 1-3, que o homem foi criado por Deus, pelo mais puro ato de Amor. Deus criou tudo para a humanidade, confiando a ela inclusive o governo da Terra. Mas o maior propósito de Deus para o homem com a Criação, é que este, ao percebê-la  como ato de Amor de Deus por ele, O busque livremente, unindo-se a Ele, e viva em perfeita harmonia com a natureza e seu Criador (sempre na liberdade de escolha).


Deus ao criar o homem (Ish - Adão) vê que “não é bom para o homem ficar sozinho(...)” (Gn 2,18), por isso lhe dá como companheira a mulher (Ishá – Eva). Contemplamos aqui um chamado natural feito a todo ser humano, o de não ficar só e unir-se a uma companheira (esposa). É a partir daqui que ao longo dos séculos a Igreja vai compreendendo e elevando o Estado do Casal à Sacramento, isto é, Sinal de Salvação, não apenas pela união dos corpos, mas de espíritos em Deus. É neste sentido que se deve entender a vocação do Matrimônio, e mais: o cristão que deseja unir-se a sua amada, deve não apenas, entender como uma vocação natural, mas sobrenatural, deve ter clara sua união com a eleita, como a atitude de Cristo esposo que se doa por sua Igreja esposa. O casal deve, portanto, santificar-se mutuamente à medida da crescente entrega, a exemplo de seu Senhor, que dá livremente a própria vida para a salvação da humanidade. O casal estará salvando a humanidade quando testemunha à mesma, a entrega mútua, fiel e temente a Deus como Jesus obediente. Mas podemos agora nos questionar, se não é bom que fique só, por que na Igreja existem outros Estados de Vida, como as vocações leigas solteiras e celibatárias religiosas, religiosos, sacerdotais? Para responder a esta pergunta, responderemos com a própria palavra de Deus, na qual, fundamentaremos todas as expressões de vocação. E depois falaremos especificamente de uma por uma.

Então os discípulos consideraram: “Se estes são os termos para o marido e sua esposa, não é vantagem casar!”
Mas Jesus ponderou-lhes: “Nem todos conseguem aceitar essa palavra; somente aqueles a quem tal capacidade é dada.
Pois há alguns eunucos que nasceram assim do ventre de suas mães; outros foram privados de seus órgãos reprodutores pelos homens; e há outros ainda que a si mesmo se fizeram celibatários, por causa do Reino dos céus. Quem for capaz de aceitar esse conceito, que o receba”. (Mt 19,10-12).

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