Papa Bento XVI fala ao Brasil sobre a vida consagrada...


"Perante a diminuição dos membros em muitos Institutos e o seu envelhecimento, evidente em algumas partes do mundo, muitos se interrogam se a vida consagrada seja ainda hoje uma proposta capaz de atrair os jovens e as jovens. Bem sabemos, queridos Bispos, que as várias Famílias religiosas desde a vida monástica até às congregações religiosas e sociedades de vida apostólica, desde os institutos seculares até às novas formas de consagração tiveram a sua origem na história, mas a vida consagrada como tal teve origem com o próprio Senhor que escolheu para Si esta forma de vida virgem, pobre e obediente. Por isso a vida consagrada nunca poderá faltar nem morrer na Igreja: foi querida pelo próprio Jesus como parcela irremovível da sua Igreja. Daqui o apelo ao compromisso geral na pastoral vocacional: se a vida consagrada é um bem de toda a Igreja, algo que interessa a todos, também a pastoral que visa promover as vocações à vida consagrada deve ser um empenho sentido por todos: Bispos, sacerdotes, consagrados e leigos.
Entretanto, como afirma o decreto conciliar Perfectae caritatis, «a conveniente renovação dos Institutos depende sobretudo da formação dos membros» (n. 18). Trata-se de uma afirmação fundamental para toda a forma de vida consagrada. A capacidade formativa de um Instituto, quer na sua fase inicial quer nas fases sucessivas, está no centro de todo o processo de renovação. «De fato, se a vida consagrada é, em si mesma, uma progressiva assimilação dos sentimentos de Cristo, resulta evidente que um tal caminho terá de durar a vida inteira para permear toda a pessoa (...) e torná-la semelhante ao Filho que Se entrega ao Pai pela humanidade. Assim entendida, a formação já não é apenas um tempo pedagógico de preparação para os votos, mas representa um modo teológico de pensar a própria vida consagrada, que em si mesma é uma formação jamais terminada, uma participação na ação do Pai que, através do Espírito plasma no coração os sentimentos do Filho» (Instr. Partir de Cristo, 15)."
Fonte: www.zenit.org 

Kairós Salvista: Um fim de semana de Ação de Graças e muito Louvor!!!

Ocorreu no último fim de semana (23 e 24/10/2010) o nosso "V KAIRÓS SALVISTA"  na Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista/SP.

Para todos nós que participamos, foi uma experiência forte do Carisma do Louvor de Deus que se espalhou pelas ondas do sistema Canção Nova de comunicação! 

Vejam algumas fotos:

Pe. Adriano, sjs com o Ssmo. Sacramento.


Momento da Benção do Ssmo., no sáb. 23/10.

Adoração do sáb. 23/10.

Pe. Jucemar, sjs em sua pregação do dom. 24/10.

A assembleia reunida  no Rincão da CN.
Ir. Priscila ajudando a conduzir o momento.

Padres na missa (24/10) Presidente ao centro: Pe. Eliano, sjs.


Irmãos - barraca da Livraria Salvista com Pe. Moisés, sjs

Cenário montado pelos irmãos da Livraria.

Vocacionados: Jhony Emerson, Rosana (da JS), vocacionado Marcelo e Frt. Henrique, sjs 


Paroquianas com mebros da JS, vocacionados e Frt. Henrique, sjs.

A TODOS QUE CONTRIBUIRIAM MATERIALMENTE O ESPIRITUALMENTE, O NOSSO MUITO OBRIGADO!




RESUMO DA CARTA DO PAPA BENTO XVI AOS SEMINARISTAS, DE 18 DE OUTUBRO DE 2010



O santo padre reafirma a validade e a beleza da vocação sacerdotal, bem como sua importância no futuro da humanidade. O pontífice levanta 7 pontos principais no desenvolvimento das vocações sacerdotais, no período de seminário:

1.   1. SER “HOMEM DE DEUS”

Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus», como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do «big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo.

2.       2. VIDA SACRAMENTAL

Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas (...)Para uma recta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração.

3.       3. O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o facto de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4.       4. PIEDADE POPULAR

...a piedade popular é um grande património da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».

5.       5. IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS

O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma «norma da doutrina», à qual fomos entregues no Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: «Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança» (1 Ped3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário.

Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecuménica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canónico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor


6.       6. FORMAÇÃO HUMANA

 Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente «íntegro» (...)Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura.



APELO URGENTE AO TESTEMUNHO!

Um novo martírio: a ridicularização
O Pontífice indicou que "o preço a ser pago pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado, desconjuntado, esquartejado"; não obstante, aqueles que proclamam a fé com fidelidade nos tempos atuais muitas vezes devem pagar outro preço: "ser excluído, ridicularizado".
Mas advertiu que nem por isso a Igreja "pode se desviar da sua missão de anunciar Cristo e seu Evangelho como verdade salvadora, fonte da nossa felicidade definitiva como indivíduos e fundamento de uma sociedade justa e humana".
Bento XVI convidou os presentes a viverem sua fé com coerência, a exemplo de Newman, pois a verdade se transmite "não só pelo ensinamento formal", mas sobretudo "pelo testemunho de uma vida íntegra, fiel e santa". 
(fonte: www.zenit.org)

"Que maravilha irmãos e irmãs na fé e na vocação, o Senhor continua, por meio da voz do seu representante, a nos impulsionar para o testemunho convicto e ardoroso de nossas vidas, por Jesus Salvador! Arregacemos as mangas, não temos porque esperar mais...vale à pena ser totalmente de Deus!" (Frater Helder Pio,sjs)

SÉRIE VOCAÇÕES - Última parte

2.3 - Vocações Leigas

É aquele chamado de Deus feito a um fiel que assume sua vocação leiga seja de casado ou não, não é chamado por tanto ao ministério sacerdotal, mas deve-se acrescentar-se que em nada diminui sua dignidade de filho de Deus e Batizado, ao contrário, a dignidade de toda vocação esta em assumir aquilo a que Deus chamou a ser na Igreja e no Mundo. Esta ode ser expressa dos mais diversos modos: há, por exemplo, aqueles leigos que não se sentem chamados a ser religiosos, mas a testemunhar no mundo e no ambiente em que vive o Cristo Senhor lá no seu trabalho (professores, médicos, advogados, administradores, etc...) e que se realizam consagrando seu trabalho ao serviço do Reino, sem contudo casar-se, mas pode acontecer que há aqueles que chamados ao matrimonio também além do dom da vida são chamados a trabalharem ofertando ao Deus o mesmo, isto é, exercê-los com amor.

2.3.1 – Movimentos e Novas Comunidades

Na história da Igreja Deus sempre suscitou leigos para ser sinal no mundo de esperança, por isso mesmo, os chama seja para fundarem, ou seja para se associarem a um carisma para evangelizar o ambiente onde vivem, podem exemplificar os vários Movimentos da Igreja: os Vicentinos, Focolares, Renovação Carismática Católica, Legião de Maria, etc.
Aqui são incluídas ainda as comunidades novas, exemplo: Comunidade Católica Shalom, Comunidade Católica Canção Nova, Comunidade Católica Emanuel, Comunidade Católica Betel, Comunidade Católica Doce Mãe de Deus, etc, são muitas inclusive fundadas no Brasil. São caracterizadas pela vida em comunidade de homens e mulheres e que partilham um mesmo carisma e missão, dentre eles existe a possibilidade de seguimento no carisma pelo que chamam “Comunidade de Vida” ou “Aliança”, onde os leigos em poucas palavras poderão ser missionários (tanto celibatários, quanto casados) Vida, sem permanência por muito tempo num mesmo lugar, ou “Aliança” que se trata ser testemunho ao Deus o “plantou”, na sua terra de origem, ou onde trabalha como leigo. Além de serem vocações suscitadas entre os leigos, atualmente Deus tem despertado no coração de Jovens que vivem nestas comunidades a vontade de se configurarem a Cristo Sacerdote e exercerem seu ministério onde houver estas comunidades. Os padres, das mesmas, podem pertencer à “Aliança” (que testemunham no século Cristo com seu carisma, mas sem obrigatoriedade da vida comunitária como os de “Vida”) ou à “Comunidade de Vida”, os quais vivem em comunidade intensamente e são enviados em diversas missões, possuem uma rotatividade, ao passo que aliança são chamados por Deus viver testemunhando naquele lugar onde Deus a Plantou para semear.

Os padres que pertencem à “Aliança” são padres seculares que vivem o carisma da comunidade e que portanto dedica uns dias atendendo a ela, mas possui além deste compromisso tudo em comum com a comunidade e também assume a administração de uma paróquia, ele é Incardinado na sua Diocese de Origem. Os de “Vida” são incardinados na uma diocese, onde os estudos dos seminaristas “Vida” são realizados, quando ordenados possuem liberdade de transferência feita pelo conselho da comunidade (a qual são ligados) que sempre dialoga com o Bispo. São realidades novas e das quais não se pode falar muito até porque a Igreja as estuda para então organizá-las. Hoje já temos comunidades novas com reconhecimento Pontifício, é o caso da Canção Nova e Shalom, são denominadas Associações Privadas Internacionais de Fiéis. 

As Ordens Terceiras ou Oblatos

Há ainda os leigos chamados por Deus a viverem um carisma de uma comunidade religiosa no século, ou seja, sem ser religioso, mas viver aquele carisma e aquela espiritualidade. Por isso o próprio Deus suscita em algumas comunidades de vida religiosa, o que conhecemos por Ordens Terceiras, ou Oblatos ou similares. Citamos algumas comunidades que as têm: Camilianos; Ordem dos Frades Menores (Capuchinhos) – toda a família franciscana; Carmelitas e suas variações; Mosteiros como Beneditinos; também nós Salvistas temos a Ordem Terceira Salvista e o Movimento Jovem chamado Juventude Salvista que fazem parte da Esfera Laical Salvista. Há em muitos Institutos de Vida religiosa sempre a presença de uma forma ou de outra de um Movimento Jovem, onde os jovens bebem da espiritualidade e transbordam em todas as dimensões de suas vidas, geralmente são nestes movimentos que o Próprio Deus desperta vocações para as outras Ordens ou mesmo Conventos Diferentes não obrigatoriamente do mesmo Instituto. 

Neste item falaremos das diversas maneiras dos leigos viverem o seu batismo, seja pessoa virgem, solteiras, mas que não foram a nenhuma comunidade religiosa, ou simplesmente juntam-se a associações publicas de fiéis, ou comunidades novas, ou movimentos, etc.


Vocação Relgiosa e Sacerdotal Salvista – neste item expressaremos de acordo com nossas constituições e experiências como é a vida salvista, seu pastoreio, seu modo de ser religioso e/ou sacerdotal, no nosso carisma “O Louvor de Deus”.

Dia 15 de Agosto: Dia da Vocação Religiosa e início da semana de oração pelos religiosos.

São dois os dias em que celebramos a vocação a Vida religiosa, dia 02 de Fevereiro (Apresentação do Senhor e Nossa Senhora da Luz) e no dia 15 de Agosto (Assunção de Maria). Para nós brasileiros, o mês de Agosto é por excelência o mês vocacional. 



O mundo precisa de Religiosos compromissados com a sua Missão: Ser fermento na Massa!

Parabéns a todos os Religiosos e Religiosas que se ofertam a Cristo todos os dias!


SÉRIE VOCAÇÕES - Parte 3

2.2 - Vocações Celibatárias[1]

Esta passagem bíblica de Mt 19,10-12 pode fundamentar a existência de outras possibilidades de santificação e salvação, se trata das vocações celibatárias, que são todas a aquelas onde há um desejo sobrenatural “de se dedicar mais facilmente a Deus com um coração indiviso”[2], ou seja, dedicar-se exclusivamente a Deus. Mas todos os estados de vida terão em comum, como o modelo para suas vidas, a obediência e entrega livre do Nosso Salvador Jesus Cristo ao Pai para a humanidade.



2.2.1 - Vocações Religiosas Masculinas e Femininas

São homens e mulheres chamados por Deus a viver e elevar à radicalidade Evangélica o seu Batismo numa vida de maior ascese, seguindo o Cristo mais de perto. Livremente à Luz do Evangelho é convidado por Deus a imitar o Cristo que se oferta, inclusive sua sexualidade, para transbordar na caridade, isto é, no serviço à humanidade. O texto sagrado, ICor 7,25-40 (pare um pouco e leia atentamente este texto na sua Bíblia e antes de prosseguir na leitura, converse com Deus, pergunte-lhe o que Ele quer de você?) demonstra os diversos Estados de vida como resposta livre ao amor de Deus que convida o homem a unir-se a Ele.

2.2.2 - Vocação Sacerdotal


É o chamado de Deus feito ao homem (varão), que pelo batismo comumente já é “Sacerdote, Profeta e Rei”, a configurar-se ao Senhor, ou seja, é aquele fiel comum, que oferta o seu “ser” (sua natureza) a Jesus, para que pelo Sacramento da Ordem, sua vida toda seja um serviço, mas não qualquer, seja o próprio serviço de Cristo, seja o próprio Cristo na sua carne (pessoa). Ser serviço, neste sentido, significa ser o Cristo ministerial, ser o Cristo em exercício vivo e atuante, de modo especial na liturgia eucarística, onde o sacerdote ministerial é o próprio Senhor que se oferta, e une a si todas as ofertas, todos os sacrifícios de louvor de todos os fiéis do mundo inteiro pela a humanidade.
O sacramento da ordem possui três graus distintos, que enfatizam um modo ou participação do sacerdócio de Cristo, são os seguintes:
1º Grau da Ordem: Diaconato;
2º Grau da Ordem: Presbiterato; e
3º Grau da Ordem: Episcopado.

a)      1º Grau da Ordem: Diaconato – este ministério é aquele que expressa o caráter do Cristo servo do altar e da palavra.
Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. Marcados pelo sacramento da Ordem com u m sinal (“caráter”) que ninguém poderá apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos. Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir ao Bispo e aos padres na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se ao diversos serviços da caridade.[3]

b)      2º Grau da Ordem: Presbiterado – este ministério é sacerdócio em si, nele o servo é o próprio Cristo, ou como nos ensina teologia, a pessoa é Persona Christi, é a Pessoa do Cristo.

O ofício dos presbíteros, por estar ligado à ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo. Por isso, o sacerdócio dos presbíteros, supondo os sacramentos da iniciação cristã, é conferido por meio daquele sacramento peculiar mediante o qual os presbíteros,pela unção do Espírito Santo, são asinaladas com um caráter especial e assim configurados com Cristo Sacerdote, de forma apoderem agir em nome de Cristo Cabeça em pessoa.[4]

c)      3º Grau da Ordem: Episcopado – o ministro ordenado presbítero pode ser chamado por Deus através do Santo Padre o Papa, para exercer seu ministério de Presbítero com o ordenado dos Apóstolos, quer dizer ele continua a missão do Cristo deixado aos Apóstolos, o Governo da Igreja em Comunhão com o Santo Padre o Papa, sendo assim sinal visível da unidade de toda a Igreja. Portanto a figura por excelência do Cristo Bom Pastor, que rege a Igreja, porém uma parte do todo (Diocese), sendo ao mesmo tempo o sinal do Todo pelo vínculo com o Sumo Pontífice.

“Cristo a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10,36), fez os Bispos participantes de sua consagração e missão, por meio dos apóstolos, de quem são sucessores. Os Bispos transmitiram legitimamente o múnus de seu ministério em grau diverso a pessoas diversas na Igreja”. “O múnus de seu ministério foi por sua vez confiado em grau subordinado aos presbíteros, para que – constituídos na ordem do presbiterado com o fito de cumprir a missão apostólica transmitida por Cristo – fossem os colaboradores da ordem episcopal.”[5]

A - Vocação Sacerdotal Religiosa - Deve-se acrescentar quanto aos religiosos masculinos, a vocação sacerdotal, que como sabemos, é um sacramento, um sinal. É o convite feito de Deus ao homem para que ele, pelo sacramento, seja-lhe impresso o caráter indelével (inapagável) de Cristo no seu ser, quer dizer, ser a presença do próprio Jesus na Terra, este convite pode ser feito entre aqueles que já se consagraram a uma vida austera, já radicalizaram o seu batismo, vivendo separado do século, mas em vida comunitária, e já vivem no seu ser um carisma específico, será, pois, por este carisma, que ele se realizará não só como ser humano, filho de Deus, mas também como sacerdote, se assim sente o chamado de Deus a este sublime ministério.

B - Vocação Sacerdotal Secular (Diocesana) – São aqueles fiéis chamados por Deus a ser presença do Cristo Senhor em meio à humanidade, em meio o século, vivem seu ministério sacerdotal, em geral, em solidão fecunda. Podem fazer uso da batina preta, significando que estão mortos para o século, mas vivos no Cristo, que se faz presente no mundo para salvá-lo.


[1] BÍBLIA KING JAMES. NOTA: “(...) O ?Judaismo conhecia apenasduas categorias de eunucos: Os feitos pelo homem (em hebraico sáris ‘adhãm), e aqueles que nasceram congenitamente incapazes ou sem libido (instinto e desejos sexuais) chamados de natural ou enuco do sol (em hebraico sãrïs hammâ). Jesus usou uma metáfora para mostrar o radicalismo do amor: na união com Deus e com o próximo, na aliança do matrimônio e no ministério cristão. Jesus surpreende seus inquiridores com uma terceira classe de eunucos: os celibatários, aqueles que, de forma livre e espontânea, sacrificaramseus desejos naturais legítimos por amor ao Senhor e para melhor e maior dedicação ao Reino de Deus.”
[2] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 2349.
[3] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 1570.
[4] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 1563.
[5] Ibid. Nº 1562.

SÉRIE VOCAÇÕES - Parte 2 por Frater Tomás Maria, sjs

2.1 – Vocação Matrimonial


Fazendo uso da sua liberdade e conhecendo a própria liberdade do Deus que chama, o ser – humano, assim como pode escolher entre a Bênção e Maldição, fazer a Vontade de Deus ou em não fazê-la, entre pecar e não pecar, e assim por diante, pode ou por ignorância ou por rejeição escolher o que fazer da sua vida. Mas falando em vocação específica que, é aquela que o Cristão no processo de amadurecimento e discernimento vocacional, vai ouvindo de Deus o convite em Segui-lo (nos diversos estados de vida que falaremos mais adiante) ele pode escolher entre muitos o matrimônio.
Pela narração bíblica, se seguíssemos a cronologia dos fatos narrados, perceberíamos que a primeira vocação apresentada por Deus ao homem como meio de santificação é o da união conjugal, ou seja, o matrimônio no seu estado mais primitivo. Sabemos pelo livro de Gn 1-3, que o homem foi criado por Deus, pelo mais puro ato de Amor. Deus criou tudo para a humanidade, confiando a ela inclusive o governo da Terra. Mas o maior propósito de Deus para o homem com a Criação, é que este, ao percebê-la  como ato de Amor de Deus por ele, O busque livremente, unindo-se a Ele, e viva em perfeita harmonia com a natureza e seu Criador (sempre na liberdade de escolha).


Deus ao criar o homem (Ish - Adão) vê que “não é bom para o homem ficar sozinho(...)” (Gn 2,18), por isso lhe dá como companheira a mulher (Ishá – Eva). Contemplamos aqui um chamado natural feito a todo ser humano, o de não ficar só e unir-se a uma companheira (esposa). É a partir daqui que ao longo dos séculos a Igreja vai compreendendo e elevando o Estado do Casal à Sacramento, isto é, Sinal de Salvação, não apenas pela união dos corpos, mas de espíritos em Deus. É neste sentido que se deve entender a vocação do Matrimônio, e mais: o cristão que deseja unir-se a sua amada, deve não apenas, entender como uma vocação natural, mas sobrenatural, deve ter clara sua união com a eleita, como a atitude de Cristo esposo que se doa por sua Igreja esposa. O casal deve, portanto, santificar-se mutuamente à medida da crescente entrega, a exemplo de seu Senhor, que dá livremente a própria vida para a salvação da humanidade. O casal estará salvando a humanidade quando testemunha à mesma, a entrega mútua, fiel e temente a Deus como Jesus obediente. Mas podemos agora nos questionar, se não é bom que fique só, por que na Igreja existem outros Estados de Vida, como as vocações leigas solteiras e celibatárias religiosas, religiosos, sacerdotais? Para responder a esta pergunta, responderemos com a própria palavra de Deus, na qual, fundamentaremos todas as expressões de vocação. E depois falaremos especificamente de uma por uma.

Então os discípulos consideraram: “Se estes são os termos para o marido e sua esposa, não é vantagem casar!”
Mas Jesus ponderou-lhes: “Nem todos conseguem aceitar essa palavra; somente aqueles a quem tal capacidade é dada.
Pois há alguns eunucos que nasceram assim do ventre de suas mães; outros foram privados de seus órgãos reprodutores pelos homens; e há outros ainda que a si mesmo se fizeram celibatários, por causa do Reino dos céus. Quem for capaz de aceitar esse conceito, que o receba”. (Mt 19,10-12).

SÉRIE VOCAÇÕES - Para o mês das vocações

1. O Primeiro Chamado

Por Frater Tomás Maria,sjs


Como sabemos o primeiro chamado feito por Deus ao homem é a Santidade (IPd 1,15-16), que nada mais é, que unir-se a Deus. É por isso um caminho longo de conversão que começa já aqui na Terra e a partir do Batismo.
                Em cada Santa missa este mistério de santificação é concretizado em cada pessoa humana, na ação do Espírito Santo e através da leitura de sua própria história de vida, pois é também nela que se ouve a voz de Deus. Mas o que você entende por vocação?
                 Pe. Amadeo Cencini coloca a vocação como um “Diálogo entre duas liberdades”, significando que o Deus que cria, já o chama primeiramente a uma vida terrena, quer dizer Deus livremente lhe dá a vida e ao mesmo tempo lhe dá a liberdade em como vivê-la. A resposta em como este homem viverá é que esta em suas mãos. O homem nasce assim com um instinto muito forte à vida, por isso mesmo já ao nascer faz tudo para manter-se vivo. Mas Deus na Sua liberdade, não se contenta dar-lhe apenas a vida terrena, Ele quer mais! Quer que este, fazendo uso da sua liberdade, opte por Ele e queira conhecer a Sua Vontade, isto é, A Verdade que pode Conduzi-lo a Perfeita União. Sendo assim o encontro entre duas liberdades vai além de um sim a esta vida, vai até o que Conhecemos como Vida Eterna. Pois Deus quer que tenhamos “Vida em abundância”. Mas vejamos um trecho do livro “Quando Deus chama”, do Padre Amadeo:

Um Deus absolutamente livre no chamado cria ou torna totalmente livre o chamado, livre para dar-lhe resposta, torna-o responsável, literalmente capaz de dar resposta; não o amarra a si, não o obriga a amá-lo ou mostrar-lhe reconhecimento ou a segui-lo (veja o jovem rico e o próprio Judas); quando muito coloca em condição de decidir o que fazer com o dom recebido, para ser livre, como o seu Criador, exatamente.[1]

É dentro desta liberdade para o homem responder a Deus que ele poderá optar, na liberdade, por um chamado específico, o qual só poderá saber com muita oração e discernimento. Em breve veremos os vários Estados de Vida.


[1] Amadeo CENCINI.Quando Deus chama. p.13-14.


Dia 20 de Julho, DIA INTERNACIONAL DA AMIZADE!



"Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro.
Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé.
Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo.
Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante". (Eclo.6,14-17).

A TODOS DOS AMIGOS DE NOSSA FRATERNIDADE DESEJAMOS UM BOM DIA!
Bento XVI aos sacerdotes (V): vocação vem de Deus
Diálogo entre o Papa e os sacerdotes do mundo inteiro

NOSSOS PADRES SALVISTAS!

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 21 de junho de 2010 (ZENIT.org) - A falta de vocações hoje é um "problema doloroso" que aflige a Igreja, reconheceu o Papa Bento XVI, na última pergunta durante a vigília realizada em São Pedro no dia 10 de junho, durante o encerramento do Ano Sacerdotal.
A questão apresentada por Anthony Denton, da Austrália, em nome dos sacerdotes da Oceania, supõe "um problema grande e doloroso da nossa época", admitiu Bento XVI.
É "a falta de vocações, razão pela qual as igrejas locais estão em perigo de tornar-se áridas, porque falta a Palavra da vida, falta a presença do sacramento da Eucaristia e dos demais sacramentos".
No entanto, advertiu o Papa, diante desse problema existe uma "grande tentação", que consiste em "transformar o sacerdócio - o sacramento de Cristo, o ser escolhidos por Ele - em uma profissão normal, em um emprego que tem suas horas e que, no resto do tempo, a pessoa pertence somente a si mesma; e fazer isso como qualquer outra vocação: torná-lo acessível e fácil".
Mas - sublinhou - esta "é uma tentação, não resolve o problema".
A propósito disso, citou a história bíblica de Saul, que realiza um sacrifício no lugar do profeta Samuel porque este não se apresenta a tempo antes de uma batalha.
Este rei, explicou o Papa, "pensa em resolver assim o problema, que naturalmente não se resolve, porque tenta fazer o que não pode fazer sozinho; considera-se Deus ou quase Deus; e não se pode esperar que as coisas aconteçam do jeito que Deus quer".
"Assim também nós, se exercêssemos somente uma profissão como as demais, renunciando à sacralidade, à novidade, à diversidade do sacramento que só Deus dá, que pode vir somente da sua vocação e não do nosso fazer, não resolveríamos nada."
O único que é preciso fazer, insistiu, é "rezar com grande insistência, com grande determinação, com grande convicção também", clamar "ao coração de Deus, para que nos dê sacerdotes".
Três conselhos
O Papa indicou três "receitas" para promover as vocações. A primeira: cada sacerdote "deveria fazer o possível para viver seu próprio sacerdócio de tal maneira que este se tornasse convincente".
"Acho que nenhum de nós teria chegado a ser sacerdote se não tivesse conhecido sacerdotes convincentes, nos quais ardia o fogo do amor de Cristo", sublinhou.
A segunda: oração; e a terceira: "ter o valor de falar com os jovens sobre o possível chamado de Deus, porque com frequência uma palavra humana é necessária para abrir a escuta da vocação divina".
"O mundo de hoje é tal que quase parece excluído o amadurecimento de uma vocação sacerdotal; os jovens precisam de ambientes nos quais se viva a fé, nos quais apareça a beleza da fé, nos quais apareça que este é um modelo de vida."

APAIXONADOS PELO SACERDÓCIO, NÃO DEIXEM DE LER!

Deus serve-Se de um pobre homem a fim de, através dele, estar presente para os homens e agir em seu favor. Esta audácia de Deus – que a Si mesmo Se confia a seres humanos; que, apesar de conhecer as nossas fraquezas, considera os homens capazes de agir e estar presentes em seu nome – esta audácia de Deus é o que de verdadeiramente grande se esconde na palavra «sacerdócio». Que Deus nos considere capazes disto; que deste modo Ele chame homens para o seu serviço e Se prenda assim, a partir de dentro, a eles: isto é o que, neste ano, queríamos voltar a considerar e compreender. Queríamos despertar a alegria por termos Deus assim tão perto, e a gratidão pelo facto de Ele Se confiar à nossa fraqueza, de Ele nos conduzir e sustentar dia após dia. E queríamos assim voltar a mostrar aos jovens que esta vocação, esta comunhão de serviço a Deus e com Deus, existe; antes, Deus está à espera do nosso «sim». Juntos com a Igreja, queríamos novamente assinalar que esta vocação devemos pedi-la a Deus. Pedimos operários para a messe de Deus, mas este pedido a Deus é simultaneamente Deus que bate à porta do coração de jovens que se considerem capazes daquilo de que Deus os considera capazes. Era de esperar que este novo resplendor do sacerdócio não fosse visto com agrado pelo «inimigo»; este teria preferido vê-lo desaparecer, para que em definitivo Deus fosse posto fora do mundo. E assim aconteceu que, precisamente neste ano de alegria pelo sacramento do sacerdócio, vieram à luz os pecados dos sacerdotes – sobretudo o abuso contra crianças, no qual o sacerdócio enquanto serviço da solicitude de Deus em benefício do homem se transforma no contrário. Também nós pedimos insistentemente perdão a Deus e às pessoas envolvidas, enquanto pretendemos e prometemos fazer tudo o possível para que um tal abuso nunca mais possa suceder; prometemos que, na admissão ao ministério sacerdotal e na formação ao longo do caminho de preparação para o mesmo, faremos tudo o que pudermos para avaliar a autenticidade da vocação, e que queremos acompanhar ainda mais os sacerdotes no seu caminho, para que o Senhor os proteja e guarde em situações penosas e nos perigos da vida. Se o Ano Sacerdotal devesse ser uma glorificação do nosso serviço humano pessoal, teria ficado arruinado com estas vicissitudes. Mas, para nós, tratava-se precisamente do contrário: sentir-se agradecidos pelo dom de Deus, dom que se esconde em «vasos de argila» e que sem cessar, através de toda a fraqueza humana, concretiza neste mundo o seu amor. Assim consideramos tudo o que sucedeu como um serviço de purificação, um serviço que nos lança para o futuro e faz agradecer e amar muito mais o grande dom de Deus. Deste modo, o dom torna-se o compromisso de responder à coragem e à humildade de Deus com a nossa coragem e a nossa humildade.

Cerco de Jericó 1º Semestre de 2010.

Encerramos na tarde de ontem o nosso primeiro Cerco de Jericó deste ano de 2010. No qual fizemos sete dias de Adoração ao Ssmo. Sacramento ininterruptamente. Nossas intenções de a intercessão:

1ª Parte


2ª Parte


Votos Perpétuos dos Irmãos salvistas

Aconteceu no dia  24 de Abril passado, a cerimônia dos Votos Perpétuos dos nossos Fratres. Celebrada por Dom Frei Fernando Antônio Figueiredo, na Igreja do Sagrado Coração, no bairro do Brooklin/SP.

Frt. Helder, Frt. Fábio e Frt. Paulo.

Vejam os Momentos...

Antes da Missa...


Procissão de entrada.


Os nossos Concelebrantes


O momento do "SIM"


O momento da Intercessão.

A festa...
PARABÉNS AOS NOSSOS FRATRES!!!!


SOBRE TOMAS MERTON - O TEMPO DA ESPERA: "OS TRÊS ADVENTOS"

São Bernardo retorna com freqüência à idéia dos "três Adventos" de Cristo. O primeiro é o Advento com o qual entrou no mundo, após ter recebido a natureza humana, no seio da bem-aventurada Virgem Maria. O terceiro é o Advento que o trará ao mundo no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos ou, sobretudo, para tornar manifesto o juízo que os indiferentes fizeram recair sobre si mesmos, rejeitando acolher o seu amor e salvação, e que os eleitos aceitaram das mãos de sua misericórdia.

O primeiro é o Advento no qual Ele vem procurar e salvar aquilo que estava perdido. O terceiro é o Advento no qual ele vem para atrair-nos a si. O primeiro é uma promessa; o terceiro é o seu cumprimento. (…)

Os três Adventos de Cristo são uma realização completa da pascha Christi. Mas até então, falamos explicitamente somente do primeiro e do terceiro. O segundo é, num certo sentido, o mais importante para nós. O "segundo Advento" – por meio do qual Cristo está presente agora em nossas almas – depende do nosso reconhecimento atual da sua pascha, ou transitus, a passagem de Cristo através do mundo, através das nossas próprias vidas.

Meditando o Advento passado e o Advento futuro, aprendemos a reconhecer o Advento presente, que se situa em todos os momentos da nossa vida de peregrinos terrenos. Alcançamos a consciência do fato que cada momento do tempo é um momento de juízo, que Cristo está passando, e que nós somos julgados pela maior ou menor consciência dessa sua passagem. Se nos unirmos a Ele e nos colocarmos a caminho com Ele, rumo a Seu reino, o juízo se torna salvação para nós. Mas se O deixarmos de lado e se permitirmos que passe avante, a nossa indiferença se torna a nossa condenação.

A meditação sobre o primeiro Advento nos dá a esperança na promessa que nos foi feita. A recordação do terceiro serve para mantermos vivo o temor de não sermos capazes de ver essa promessa realizada. O segundo Advento, o presente, colocado entre esses dois termos extremos, torna-se, necessariamente, um tempo de angústia, um tempo de conflito entre o temor e a alegria. Mas como é salutar essa luta! Que termina na salvação e na vitória porque purifica todo o nosso ser.

Apesar disso, o medius Adventus é tempo mais de consolação que de penitência, se refletirmos que também nele, Cristo vem realmente a nós, nos dá realmente seu próprio ser, porque, na esperança, já possuímos o céu.

"Esse segundo Advento é o caminho que percorremos, para passar do primeiro para o terceiro. No primeiro, Cristo era a nossa redenção, no último nos aparecerá como a nossa vida. No presente, enquanto dormimos na nossa herança, Ele é nosso repouso e nossa consolação" (Sermo V de Adventu, I).

Porém, neste "sono" não há nenhuma idéia de inatividade. Indubitavelmente, pode significar quietude, escuridão e vazio para a nossa atividade natural. Mas nessa "escuridão", Deus vem a nós e opera misteriosamente dentro de nós, em espírito e verdade, para fazer de modo que o fruto de Sua obra se torne manifesto no terceiro Advento, quando Ele virá em toda a sua majestade e em toda a sua glória.

Texto de Thomas Merton publicado pela edição italiana do jornal "L'Osservatore Romano" de 15-16 de dezembro, p. 4, por ocasião dos 40 anos da morte do monge trapista norte-americano. Tradução de Raimundo Lima.


Thomas Merton foi um religioso e escritor norte-americano da Ordem Trapista, autor de mais de 60 escritos, entre ensaios e obras em poesia e prosa, dedicados, sobretudo, aos temas do ecumenismo, do diálogo inter-religioso, da paz e dos direitos civis. De pai neozelandês e mãe norte-americana, nasceu em 1915, em Prades, na França, e morreu em 1968, em Bangcoc, Tailândia.
MENSAGEM DO SANTO PADRE
PARA O 47º DIA MUNDIAL
DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

(25 DE ABRIL DE 2010 - IV DOMINGO DE PÁSCOA)

Tema: O testemunho suscita vocações.

Veneráveis Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Amados Irmãos e Irmãs!

O 47º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV Domingo de Páscoa – Domingo do «Bom Pastor» –, a 25 de Abril de 2010, oferece-me a oportunidade de propor à vossa reflexão um tema que quadra bem com o Ano Sacerdotal: O testemunho suscita vocações. De facto, a fecundidade da proposta vocacional depende primariamente da acção gratuita de Deus, mas é favorecida também – como o confirma a experiência pastoral – pela qualidade e riqueza do testemunho pessoal e comunitário de todos aqueles que já responderam ao chamamento do Senhor no ministério sacerdotal e na vida consagrada, pois o seu testemunho pode suscitar noutras pessoas o desejo de, por sua vez, corresponder com generosidade ao apelo de Cristo. Assim, este tema apresenta-se intimamente ligado com a vida e a missão dos sacerdotes e dos consagrados. Por isso, desejo convidar todos aqueles que o Senhor chamou para trabalhar na sua vinha a renovarem a sua fidelidade de resposta, sobretudo neste Ano Sacerdotal que proclamei por ocasião dos 150 anos de falecimento de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, modelo sempre actual de presbítero e pároco.

Já no Antigo Testamento os profetas tinham consciência de que eram chamados a testemunhar com a sua vida aquilo que anunciavam, prontos a enfrentar mesmo a incompreensão, a rejeição, a perseguição. A tarefa, que Deus lhes confiara, envolvia-os completamente, como um «fogo ardente» no coração impossível de conter (cf. Jr 20,9), e, por isso, estavam prontos a entregar ao Senhor não só a voz, mas todos os elementos da sua vida. Na plenitude dos tempos, será Jesus, o enviado do Pai (cf. Jo 5,36), que, através da sua missão, testemunha o amor de Deus por todos os homens sem distinção, com especial atenção pelos últimos, os pecadores, os marginalizados, os pobres. Jesus é a suprema Testemunha de Deus e da sua ânsia de que todos se salvem. Na aurora dos novos tempos, João Baptista, com uma vida gasta inteiramente para preparar o caminho a Cristo, testemunha que, se cumprem, no Filho de Maria de Nazaré, as promessas de Deus. Quando O vê chegar ao rio Jordão, onde estava a baptizar, João indica-O aos seus discípulos como «o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29). O seu testemunho é tão fecundo que dois dos seus discípulos, «ouvindo o que ele tinha dito, seguiram Jesus» (Jo 1,37).

Também a vocação de Pedro, conforme no-la descreve o evangelista João, passa pelo testemunho de seu irmão André; este, após ter encontrado o Mestre e aceite o seu convite para permanecer com Ele, logo sente necessidade de comunicar a Pedro aquilo que descobriu «permanecendo» junto do Senhor: «“Encontrámos o Messias” (que quer dizer Cristo). E levou-o a Jesus» (Jo 1,41-42). O mesmo aconteceu com Natanael – Bartolomeu –, graças ao testemunho doutro discípulo, Filipe, que cheio de alegria lhe comunica a sua grande descoberta: «Acabámos de encontrar Aquele de quem escreveu Moisés na Lei e que os Profetas anunciaram: é Jesus, o filho de José, de Nazaré» (Jo 1,45). A iniciativa livre e gratuita de Deus cruza-se com a responsabilidade humana daqueles que acolhem o seu convite, e interpela-os para se tornarem, com o próprio testemunho, instrumentos do chamamento divino. O mesmo acontece, ainda hoje, na Igreja: Deus serve-se do testemunho de sacerdotes fiéis à sua missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do seu Povo. Por esta razão, desejo destacar três aspectos da vida do presbítero, que considero essenciais para um testemunho sacerdotal eficaz.

Elemento fundamental e comprovado de toda a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada é a amizade com Cristo. Jesus vivia em constante união com o Pai, e isto suscitava nos discípulos o desejo de viverem a mesma experiência, aprendendo d’Ele a comunhão e o diálogo incessante com Deus. Se o sacerdote é o «homem de Deus», que pertence a Deus e ajuda a conhecê-Lo e a amá-Lo, não pode deixar de cultivar uma profunda intimidade com Ele e permanecer no seu amor, reservando tempo para a escuta da sua Palavra. A oração é o primeiro testemunho que suscita vocações. Tal como o apóstolo André comunica ao irmão que conheceu o Mestre, assim também quem quiser ser discípulo e testemunha de Cristo deve tê-Lo «visto» pessoalmente, deve tê-Lo conhecido, deve ter aprendido a amá-Lo e a permanecer com Ele.

Outro aspecto da consagração sacerdotal e da vida religiosa é o dom total de si mesmo a Deus. Escreve o apóstolo João: «Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3,16). Com estas palavras, os discípulos são convidados a entrar na mesma lógica de Jesus que, ao longo de toda a sua vida, cumpriu a vontade do Pai até à entrega suprema de Si mesmo na cruz. Manifesta-se aqui a misericórdia de Deus em toda a sua plenitude; amor misericordioso que derrotou as trevas do mal, do pecado e da morte. A figura de Jesus que, na Última Ceia, Se levanta da mesa, depõe o manto, pega numa toalha, ata-a à cintura e Se inclina a lavar os pés aos Apóstolos, exprime o sentido de serviço e doação que caracterizou toda a sua vida, por obediência à vontade do Pai (cf. Jo 13,3-15). No seguimento de Jesus, cada pessoa chamada a uma vida de especial consagração deve esforçar-se por testemunhar o dom total de si mesma a Deus. Daqui brota a capacidade para se dar depois àqueles que a Providência lhe confia no ministério pastoral, com dedicação plena, contínua e fiel, e com a alegria de fazer-se companheiro de viagem de muitos irmãos, a fim de que se abram ao encontro com Cristo e a sua Palavra se torne luz para o seu caminho. A história de cada vocação cruza-se quase sempre com o testemunho de um sacerdote que vive jubilosamente a doação de si mesmo aos irmãos por amor do Reino dos Céus. É que a presença e a palavra de um padre são capazes de despertar interrogações e de conduzir mesmo a decisões definitivas (cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, 39).

Um terceiro aspecto que, enfim, não pode deixar de caracterizar o sacerdote e a pessoa consagrada é viver a comunhão. Jesus indicou, como sinal distintivo de quem deseja ser seu discípulo, a profunda comunhão no amor: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). De modo particular, o sacerdote deve ser um homem de comunhão, aberto a todos, capaz de fazer caminhar unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando a superar divisões, sanar lacerações, aplanar contrastes e incompreensões, perdoar as ofensas. Em Julho de 2005, no encontro com o Clero de Aosta, afirmei que os jovens, se virem os sacerdotes isolados e tristes, com certeza não se sentirão encorajados a seguir o seu exemplo. Levados a considerar que tal possa ser o futuro de um padre, vêem aumentar a sua hesitação. Torna-se importante, pois, realizar a comunhão de vida, que lhes mostre a beleza de ser sacerdote. Então, o jovem dirá: «Isto pode ser um futuro também para mim, assim pode-se viver» (Insegnamenti, vol. I/2005, 354). O Concílio Vaticano II, referindo-se ao testemunho capaz de suscitar vocações, destaca o exemplo de caridade e de fraterna cooperação que devem oferecer os sacerdotes (cf. Decreto Optatam totius, 2).

Apraz-me recordar o que escreveu o meu venerado predecessor João Paulo II: «A própria vida dos padres, a sua dedicação incondicional ao rebanho de Deus, o seu testemunho de amoroso serviço ao Senhor e à sua Igreja – testemunho assinalado pela opção da cruz acolhida na esperança e na alegria pascal –, a sua concórdia fraterna e o seu zelo pela evangelização do mundo são o primeiro e mais persuasivo factor de fecundidade vocacional» (Pastores dabo vobis, 41). Poder-se-ia afirmar que as vocações sacerdotais nascem do contacto com os sacerdotes, como se fossem uma espécie de património precioso comunicado com a palavra, o exemplo e a existência inteira.

Isto aplica-se também à vida consagrada. A própria existência dos religiosos e religiosas fala do amor de Cristo, quando O seguem com plena fidelidade ao Evangelho e assumem com alegria os seus critérios de discernimento e conduta. Tornam-se «sinais de contradição» para o mundo, cuja lógica frequentemente é inspirada pelo materialismo, o egoísmo e o individualismo. A sua fidelidade e a força do seu testemunho, porque se deixam conquistar por Deus renunciando a si mesmos, continuam a suscitar no ânimo de muitos jovens o desejo de, por sua vez, seguirem Cristo para sempre, de modo generoso e total. Imitar Cristo casto, pobre e obediente e identificar-se com Ele: eis o ideal da vida consagrada, testemunho do primado absoluto de Deus na vida e na história dos homens.

Fiel à sua vocação, cada presbítero, cada consagrado e cada consagrada transmite a alegria de servir Cristo, e convida todos os cristãos a responderem à vocação universal à santidade. Assim, para se promoverem as vocações específicas ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, para se tornar mais forte e incisivo o anúncio vocacional, é indispensável o exemplo daqueles que já disseram o próprio «sim» a Deus e ao projecto de vida que Ele tem para cada um. O testemunho pessoal, feito de opções existenciais e concretas, há-de encorajar, por sua vez, os jovens a tomarem decisões empenhativas que envolvem o próprio futuro. Para ajudá-los, é necessária aquela arte do encontro e do diálogo capaz de os iluminar e acompanhar sobretudo através do exemplo de vida abraçada como vocação. Assim fez o Santo Cura d’Ars, que, no contacto permanente com os seus paroquianos, «ensinava sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar» (Carta de Proclamação do Ano Sacerdotal, 16/06/2009).

Que este Dia Mundial possa oferecer, uma vez mais, preciosa ocasião para muitos jovens reflectirem sobre a própria vocação, abrindo-se a ela com simplicidade, confiança e plena disponibilidade. A Virgem Maria, Mãe da Igreja, guarde o mais pequenino gérmen de vocação no coração daqueles que o Senhor chama a segui-Lo mais de perto; faça com que se torne uma árvore frondosa, carregada de frutos para o bem da Igreja e de toda a humanidade. Por esta intenção rezo, enquanto concedo a todos a Bênção Apostólica.

BENEDICTUS PP. XVI