SÉRIE VOCAÇÕES - Parte 3

2.2 - Vocações Celibatárias[1]

Esta passagem bíblica de Mt 19,10-12 pode fundamentar a existência de outras possibilidades de santificação e salvação, se trata das vocações celibatárias, que são todas a aquelas onde há um desejo sobrenatural “de se dedicar mais facilmente a Deus com um coração indiviso”[2], ou seja, dedicar-se exclusivamente a Deus. Mas todos os estados de vida terão em comum, como o modelo para suas vidas, a obediência e entrega livre do Nosso Salvador Jesus Cristo ao Pai para a humanidade.



2.2.1 - Vocações Religiosas Masculinas e Femininas

São homens e mulheres chamados por Deus a viver e elevar à radicalidade Evangélica o seu Batismo numa vida de maior ascese, seguindo o Cristo mais de perto. Livremente à Luz do Evangelho é convidado por Deus a imitar o Cristo que se oferta, inclusive sua sexualidade, para transbordar na caridade, isto é, no serviço à humanidade. O texto sagrado, ICor 7,25-40 (pare um pouco e leia atentamente este texto na sua Bíblia e antes de prosseguir na leitura, converse com Deus, pergunte-lhe o que Ele quer de você?) demonstra os diversos Estados de vida como resposta livre ao amor de Deus que convida o homem a unir-se a Ele.

2.2.2 - Vocação Sacerdotal


É o chamado de Deus feito ao homem (varão), que pelo batismo comumente já é “Sacerdote, Profeta e Rei”, a configurar-se ao Senhor, ou seja, é aquele fiel comum, que oferta o seu “ser” (sua natureza) a Jesus, para que pelo Sacramento da Ordem, sua vida toda seja um serviço, mas não qualquer, seja o próprio serviço de Cristo, seja o próprio Cristo na sua carne (pessoa). Ser serviço, neste sentido, significa ser o Cristo ministerial, ser o Cristo em exercício vivo e atuante, de modo especial na liturgia eucarística, onde o sacerdote ministerial é o próprio Senhor que se oferta, e une a si todas as ofertas, todos os sacrifícios de louvor de todos os fiéis do mundo inteiro pela a humanidade.
O sacramento da ordem possui três graus distintos, que enfatizam um modo ou participação do sacerdócio de Cristo, são os seguintes:
1º Grau da Ordem: Diaconato;
2º Grau da Ordem: Presbiterato; e
3º Grau da Ordem: Episcopado.

a)      1º Grau da Ordem: Diaconato – este ministério é aquele que expressa o caráter do Cristo servo do altar e da palavra.
Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. Marcados pelo sacramento da Ordem com u m sinal (“caráter”) que ninguém poderá apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos. Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir ao Bispo e aos padres na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se ao diversos serviços da caridade.[3]

b)      2º Grau da Ordem: Presbiterado – este ministério é sacerdócio em si, nele o servo é o próprio Cristo, ou como nos ensina teologia, a pessoa é Persona Christi, é a Pessoa do Cristo.

O ofício dos presbíteros, por estar ligado à ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo. Por isso, o sacerdócio dos presbíteros, supondo os sacramentos da iniciação cristã, é conferido por meio daquele sacramento peculiar mediante o qual os presbíteros,pela unção do Espírito Santo, são asinaladas com um caráter especial e assim configurados com Cristo Sacerdote, de forma apoderem agir em nome de Cristo Cabeça em pessoa.[4]

c)      3º Grau da Ordem: Episcopado – o ministro ordenado presbítero pode ser chamado por Deus através do Santo Padre o Papa, para exercer seu ministério de Presbítero com o ordenado dos Apóstolos, quer dizer ele continua a missão do Cristo deixado aos Apóstolos, o Governo da Igreja em Comunhão com o Santo Padre o Papa, sendo assim sinal visível da unidade de toda a Igreja. Portanto a figura por excelência do Cristo Bom Pastor, que rege a Igreja, porém uma parte do todo (Diocese), sendo ao mesmo tempo o sinal do Todo pelo vínculo com o Sumo Pontífice.

“Cristo a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10,36), fez os Bispos participantes de sua consagração e missão, por meio dos apóstolos, de quem são sucessores. Os Bispos transmitiram legitimamente o múnus de seu ministério em grau diverso a pessoas diversas na Igreja”. “O múnus de seu ministério foi por sua vez confiado em grau subordinado aos presbíteros, para que – constituídos na ordem do presbiterado com o fito de cumprir a missão apostólica transmitida por Cristo – fossem os colaboradores da ordem episcopal.”[5]

A - Vocação Sacerdotal Religiosa - Deve-se acrescentar quanto aos religiosos masculinos, a vocação sacerdotal, que como sabemos, é um sacramento, um sinal. É o convite feito de Deus ao homem para que ele, pelo sacramento, seja-lhe impresso o caráter indelével (inapagável) de Cristo no seu ser, quer dizer, ser a presença do próprio Jesus na Terra, este convite pode ser feito entre aqueles que já se consagraram a uma vida austera, já radicalizaram o seu batismo, vivendo separado do século, mas em vida comunitária, e já vivem no seu ser um carisma específico, será, pois, por este carisma, que ele se realizará não só como ser humano, filho de Deus, mas também como sacerdote, se assim sente o chamado de Deus a este sublime ministério.

B - Vocação Sacerdotal Secular (Diocesana) – São aqueles fiéis chamados por Deus a ser presença do Cristo Senhor em meio à humanidade, em meio o século, vivem seu ministério sacerdotal, em geral, em solidão fecunda. Podem fazer uso da batina preta, significando que estão mortos para o século, mas vivos no Cristo, que se faz presente no mundo para salvá-lo.


[1] BÍBLIA KING JAMES. NOTA: “(...) O ?Judaismo conhecia apenasduas categorias de eunucos: Os feitos pelo homem (em hebraico sáris ‘adhãm), e aqueles que nasceram congenitamente incapazes ou sem libido (instinto e desejos sexuais) chamados de natural ou enuco do sol (em hebraico sãrïs hammâ). Jesus usou uma metáfora para mostrar o radicalismo do amor: na união com Deus e com o próximo, na aliança do matrimônio e no ministério cristão. Jesus surpreende seus inquiridores com uma terceira classe de eunucos: os celibatários, aqueles que, de forma livre e espontânea, sacrificaramseus desejos naturais legítimos por amor ao Senhor e para melhor e maior dedicação ao Reino de Deus.”
[2] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 2349.
[3] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 1570.
[4] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Nº 1563.
[5] Ibid. Nº 1562.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se você já é um vocacionado salvista, religioso, seminarista, ou simplesmente está discernindo a vocação, deixe sua contribuição, suas dúvidas e comentários.